segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Insônia


Aparece sem ser chamada
"Venha, vamos brincar!"
Uma intrusa sem medidas
Solta pelo ar

Não quer ser calada
Está pronta para dançar
Sem medo das feridas
Forte como o mar

Um rodopio, um devaneio
A cidade adormece
Um assovio, um zombeteiro
O sono desaparece

Quantas águas a rolar?
Quantas ondas a pular?

Me jogo de cabeça
E deixo a maré me levar
Procuro a peça
Que Morfeu quer
Para me embalar

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A Subida


Correu. Parou, olhou o céu e voltou a correr, agora mais rápido. Não sabia para onde estava indo ou por que estava fazendo aquilo, mas o seu corpo pedia. Queria encontrar algo, e precisava ser rápido. Encontrou uma gruta vazia, entrou e sentou-se. Só queria estar sozinha. Subitamente apareceu um senhor de idade que lhe disse: você não precisava ter vindo de longe para cá; o que você procura está aí, dentro de seu ser. Levantou-se e saiu correndo novamente, agora no caminho de volta. Não apenas correu, mas pensou muito.     
Estaria sozinha para sempre, mesmo acompanhada. Isso seria bom, pois sempre encontraria seu modo de se libertar e ser feliz consigo mesma, sem depender de ninguém. As pessoas no caminho são tábuas que ajudam a construir degraus e um dia podem ser deixadas para trás, com o subir dos degraus. Mas sempre serão fundamentais, pois sem elas a escada desabaria.